Depois de finalmente profissionalizar-se em 2021 para estrear um ano depois no futebol profissional, o Vera Cruz, de Petrópolis, fundado em 1928, está se preparando para mais uma temporada. E, mais uma vez, sob o comando técnico de Alex Arruda, que é também o gestor do clube do Moinho Preto.
Em entrevista exclusiva para o ACESSO CARIOCA, o treinador, que já comandou outro clube da Cidade Imperial, o Serrano (onde também atuou como jogador), comentou sobre o que esperar do Pirata da Serra na Série C do Campeonato Carioca de 2023. A estreia oficial do time será nesta quinta-feira (11), às 15h, contra o Tigres do Brasil, no Estádio De Los Larios, em Duque de Caxias. Na estreia, o time venceu por WO o Mesquita, mas sem precisar entrar em campo, pois o adversário não tinha o número mínimo de atletas registrados exigido pelo regulamento.
— Nós mantivemos a nossa base do ano passado e o que iremos buscar é a classificação para a segunda fase. Vamos procurar o crescimento durante a competição para alcançar os nossos objetivos. Queremos nos tornar fortes na formação de atletas. Os acessos virão com a continuidade de um trabalho — afirma Arruda.
Confira abaixo a entrevista completa com Alex Arruda:
Você foi atleta, treinador e diretor do Serrano. Há alguns anos assumiu o cargo de gestor do Vera Cruz. Independente de estrutura, quais as diferenças no trabalho desempenhado nos dois clubes?
— Fui criado no Serrano e lá a pressão é absurda pelo clube estar tanto tempo longe da Série A. E isso tem atrapalhado um pouco o processo. No Vera Cruz estamos construindo nossa história no profissionalismo, temos mais tranquilidade pra trabalhar.
Hoje, Petrópolis tem três clubes profissionais entre os 65 filiados: Petrópolis, Serrano e Vera Cruz, cada um numa divisão. A cidade comporta essa quantidade? É possível um investimento da prefeitura para essas agremiações ou seria mais fácil se houvesse apenas um?
— Cada clube tem seu objetivo. Acredito que tem espaço pra todos que desejam realizar um bom trabalho e fomentar o futebol local.
Nessa mesma linha… Sabemos que existe rivalidade nos campeonatos municipais de Petrópolis, inclusive com boa presença de público. Como levar esses torcedores para apoiar o Vera Cruz numa competição altamente deficitária? O clube planeja uma ação de marketing?
— Nosso elenco e nossa comissão técnica são 100% da cidade de Petrópolis. Com isso, acreditamos que podemos aumentar o nosso número de torcedores. na cidade.
Mesmo tendo escolhido o Estádio Atílio Marotti para seus jogos, o Vera Cruz, em suas redes sociais, põe Xerém como a sua localização. Como funciona essa situação?
— É que a nossa localização deve aparecer em Xerém por causa dos jogos da base, no Campeonato Metropolitano. Mas nós somos de Petrópolis e nosso mando realmente é no Atílio Marotti.
Sabemos que o Estádio 7 de Setembro é pequeno. Num futuro próximo, ainda nesta década, o Vera Cruz pensa em realizar seus jogos como mandante no Osório Junior, onde vinha treinando? Tem outro local em mente?
— Nós temos uma ótima relação com o Serrano e estamos felizes com nosso mando no Atílio Marotti. Todo clube sonha com seu estádio próprio e não somos diferentes. Mas isso demanda tempo e investimentos, temos que ser pés no chão. Há muita coisa pela frente, ainda.
A categoria de base do Vera Cruz é forte. No ano passado, conquistou o Municipal sub-15. A ideia é participar dos Estaduais de base também?
— Já estamos no Metropolitano sub 11 e 12, mas o nosso time sub-17 realmente disputará o Estadual. E também iremos jogar competições alternativas, como o Brasileirinho Sub-15, em Minas Gerais.
Quando jogador, você tem passagem por vários clubes europeus. E no elenco atual do Vera Cruz, quem é aquele que, mesmo sem os holofotes que a competição merecia, deve chamar a atenção?
— Acho que temos excelentes atletas, jovens e profissionais. Inclusive, dois deles (Gabriel Mariano e Gabriel Feliciano) estiveram um período em Moçambique e estão sendo monitorados. Acredito que, depois do fim da Série C, estaremos negociando alguns atletas.
Você está de acordo com o regulamento da Série C, que praticamente transforma o campeonato em dois ao mesmo tempo, já que subirá uma equipe de cada grupo? E a questão de ser prioritariamente sub-23?
— O regulamento classifica quatro times de cada grupo e depois é um mata-mata. Acho justo. Sobre a questão de ter limite para atletas acima de 23 anos, acho ótimo. No meu entendimento, a Série C serve para dar as primeiras oportunidades aos jovens.