Antes do jogo contra o Juventus, nesta segunda-feira (29), pela Série C do Carioca, o Campos realizou uma ação contra o racismo. Assim como vários clubes que se posicionaram em solidariedade a Vinícius Júnior, que sofreu racismo na Espanha na última semana, o Roxinho se movimentou para formar posição quanto à questão e, para isso, recordou sua própria história na luta contra o preconceito.
A equipe entrou em campo com uma faixa onde se lia: “Campos: pioneiro contra o racismo. Vini Jr., estamos com você!”. A ideia partiu do torcedor e jornalista Wesley Machado, que apelou à tradição antirracista do clube, o primeiro a ser campeão campista com jogadores negros na equipe, ainda no início do Século XX.
— O Campos foi o primeiro campeão com o time formado por negros em maioria na equipe. Foi em 1918, e pelo menos dez jogadores pretos ou pardos eram titulares no título histórico — diz o jornalista, que além de idealizador da ação, também contou a história daquela conquista na Fanzine do Roxinho, produzida por ele mesmo.
De fato, a origem do Campos é de resistência. Fundado em 1912, apenas 14 anos depois da abolição da escravatura, o Roxinho tinha negros entre seus dirigentes e também jogadores. Mesmo numa cidade de forte tradição escravagista, o clube obteve seu espaço aos poucos, fundado que foi por Ângelo de Carvalho, um homem negro. Duas das três cores do clube, o branco e o preto, simbolizavam justamente a união das raças e o compromisso de igualdade pregado pelo Campos.