O dia 29 de maio ganhou mais um motivo para ser especial para o goleiro Dida, do EC Resende. É que, no dia de seu aniversário de 28 anos, ele decidiu positivamente o jogo contra o Zinzane, pela Série C do Carioca. A vitória por 2 a 1 foi a primeira do time em campo na Quintona, já que os outros dois triunfos foram por WO. Assim, a atuação de Dida ganhou ainda mais importância e destaque.
Mesmo saindo atrás logo aos dois minutos de jogo, o EC Resende conseguiu empatar e virar o jogo. E quando o Zinzane pressionou em busca da reação, Dida correspondeu com ótimas defesas, uma depois da outra. Com exclusividade ao ACESSO CARIOCA, Dida festejou o ótimo resultado, no qual foi decisivo:
— Era um jogo difícil, o Zinzane estava numa posição melhor que a nossa. No vestiário, chamei a responsabilidade de animar o time e trazer esse espírito de vencedor. Mesmo saindo atrás, buscamos o empate e fomos melhorando. O João Vitor virou o jogo e, depois disso, falei: ‘agora, tenho que fechar o gol, tenho que fazer a minha parte’. Comecei a fazer alguns milagres, a trave também ajudou, três vezes. Quando a bola não entrava, o zagueiro salvava. Todo mundo foi se ajudando. Graças a Deus, no dia do meu aniversário, pude ter uma atuação de muralha, de almanaque.
Curiosamente, Dida não contou aos companheiros que estava em campo no dia de seu aniversário. Somente após o jogo é que ele foi duplamente festejado pelos colegas de time. Ele explicou que preferiu manter o fato em segredo até o final para não tirar o foco da necessidade de um bom resultado, já que procurou motivar a todos no vestiário, mesmo quando o placar estava adverso.
— Não contei, deixei quieto. Porque queria fazer minha parte, repetir o que vinha demonstrando nos treinos. Trabalho até de segunda a domingo para manter o ritmo. Foi gratificante ter essa atuação num jogo assim. O Zinzane é forte no ataque, cria muita chance de bola aérea. Quando fiz minha última defesa no jogo, com o pé, porque só tinha como defender assim, e a bola ainda foi na trave logo depois, eu caí, respirei e pensei: ‘ganhamos’. Logo depois, o juiz terminou o jogo. Precisávamos dessa confiança, então o resultado foi mesmo muito importante — destacou.
Mesmo jovem, Dida já é treinador de base
Apesar dos 28 anos, Luiz Henrique Barbosa Honorato já tem uma carreira extensa dentro e fora das quatro linhas. Após defender clubes como Juventus, Barcelona e até o Londrina (PR), na base, ele passou também pelos brasilienses Botafogo e Bolamense, antes de voltar ao Rio, novamente por Juve e Barça, até passagens por Unisouza e Rio de Janeiro. No EC Resende, chegou neste ano.
Mas, fora dos gramados, Dida também já trabalha como treinador das equipes sub-11 e sub-12 do Macaé. Além de já ter sido preparador de clubes com America e Portuguesa, ele divide seu tempo entre os treinos com o EC Resende e os compromissos com a garotada. Uma rotina que pode ser desgastante, mas que anda lado a lado com os sonhos e objetivos do goleirão:
— É assim que eu vou tentando ajudar a família, com esse trabalho e o dinheiro que a gente vai ganhando aqui e ali. E tem as crianças, que tem o mesmo sonho que você. A projeção do nosso trabalho faz com que muita gente observe. Agora mesmo, nesse último jogo, tinha um menino de 20 anos e que é da base do Duque de Caxias, é goleiro também e é meu atleta. Eu ainda sonho em chegar a um grande clube, à Seleção Brasileira, ou ir para fora do país mostrar meu trabalho. É gratificante ver que as pessoas te olham e querem fazer o que você faz.