O gaúcho Paulo José da Silva Olivério já pode se considerar parte da história do futebol carioca e, sobretudo, do Olaria. Palinha, como é conhecido, está em seu quarto ano pelo Azulão da Bariri e vem colhendo frutos cada vez mais importantes pelo clube. No próximo fim de semana, ele irá completar 50 jogos oficiais treinando o time da Leopoldina, que atualmente lidera a segunda divisão do Estadual.
Palinha, que quase conseguiu o acesso em 2022, vai se mantendo na briga novamente neste ano, mas reconhece que é apenas o trabalho duro que pode recompensar o Olaria. Em entrevista à Rádio Roquette-Pinto, o treinador destaca que tem procurado passar ao grupo a importância do empenho e a consciência de que todos defendem um clube tradicional e com muita história no futebol:
— Sempre falo que o meu nome é ‘Palinha Trabalho’. O negócio é trabalhar bastante, fazer com que os jogadores entendam, principalmente, o que eles estão disputando, a camisa que estão usando, que é a do Olaria. A equipe está formatada e é bastante homogênea, ela conseguiu entender tudo isso. E os resultados vêm aparecendo, mas é claro que não é nada fácil porque é só um time que sobe (para a primeira divisão). Então, nosso trabalho tem que ser perfeito ou quase perfeito.
Após a vitória em cima do Araruama, Palinha também avaliou o jogo do próximo sábado (3), contra a Cabofriense. O Tricolor Praiano, que perdeu para o Resende nesta quarta-feira, chega para o jogo com menos tempo de descansodo que o Olaria. Mas o treinador acredita que isto não será um grande diferencial e que o duelo promete ser equilibrado.
— Traz, entre aspas. A Cabofriense também deve ter se preparado para isso, como nós passaremos por isso também, daqui a pouco. Mas é um jogo muito difícil, eu coloco como um jogo de seis pontos. Se ganharmos, vamos disparar e ganhar gordura. Então, fica tudo muito disputado, mas será um jogo difícil porque os placares têm sido apertados, quem perde é só no detalhe. Espero que o trabalho da semana nos ajude a recuperar os jogadores porque tem sido muito desgastante. A gente está jogando no limite do trabalho, porque meu estilo é de intensidade alta. É preciso recuperá-los bem para estarem em condição de desenvolver o futebol da forma como jogamos. Espero que dê tudo ceto porque estamos preparados para o desafio — afirmou o treinador.
Confira outros pontos da entrevista de Palinha:
Análise do campeonato
— Acho que está muito parelho. Todo mundo se preparou para lutar pelo acesso. Porque, se não tiver um planejamento, não se consegue chegar. A gente vê pelos profissionais, como o Toninho Andrade, que sempre treinou na primeira divisão e agora está no Macaé. Também o (Alfredo) Sampaio, no America. Então, a gente vê que o pessoal veio forte. Não tem ninguém disparando, é só ver os resultados, são muitos jogos com diferença de só um gol. O que a gente procurou foi manter uma espinha dorsal e os jogadores que chegaram foram pontuais. Fortalecemos a equipe, estamos nos candidatando, mas não vai ser fácil, não. Esperamos ficar entre os quatro semifinalistas e, se deixar, sermos campeões da Corcovado e subir. Mas será uma caminhada longa, com muita determinação e tensão.
Segredo para o sucesso da equipe
— O trabalho é um ponto forte e está sendo executado na ponta do lápis. E nosso coletivo é muito bom. Nós não temos aquele jogador de destaque para desequilibrar, mas um time que luta junto o tempo todo. Como a gente diz, é um time de operários. Estamos aí, com muita humildade e respeitando a todos.
Confiança da diretoria ao longo dos últimos anos
— A coisa mais importante é a continuidade. E ter o respeito e a confiança da diretoria para dar essa continuidade. Quando eu cheguei, em 2020, o Olaria estava em um momento difícil, quase caindo para a quarta divisão. Eu conhecia muito pouca gente no clube, mas tive a ajuda de muitos e pude realizar um trabalho de manutenção. Desde então, o trabalho foi se consolidando, apareceu um pouco mais com a ajuda de uma boa pré-temporada. E aí, os resultados foram aparecendo.