O Volta Redonda atravessa um momento positivo e promissor na temporada de 2023. Quarto colocado na Série C do Brasileirão, o time do Sul Fluminense vem de sete jogos sem perder e está perto de garantir sua classificação para a próxima fase da competição nacional. Um trabalho em viés de subida desde o ano passado, quando a equipe se encontrava na segunda divisão do Carioca, mas só fez crescer desde então.
Sob o comando do diretor de futebol Leonardo Dinelli, o Zada, o Voltaço conquistou a Série A2 do ano passado, terminou o Carioca da Série A deste ano com um impressionante quarto lugar, chegou à terceira fase da Copa do Brasil e vai, agora, realizando uma boa competição nacional. Uma consolidação entre os clubes de menor investimento que o clube espera coroar com a volta à Série B nacional, após mais de 20 anos de ausência.
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— O trabalho no Estadual foi excepcional. Ficamos entre os quatro melhores e conseguir isso hoje no Rio, com Flamengo, Fluminense e dois clubes geridos por SAF (Botafogo e Vasco da Gama), é como se fosse um título. Tanto é que perdemos cinco titulares e tivemos que reformular para a Série C. Trouxemos novos jogadores, mas levou um tempo até que eles se adaptassem. Fomos eliminados na Copa do Brasil e começamos o Brasileiro com três derrotas, o que foi complicado. Mas o clube se manteve tranquilo e agora estamos colhendo os resultados. Ainda não conquistamos nada e temos uma batalha por fim de semana, mas estamos felizes e no caminho certo — disse Zada, em entrevista exclusiva ao ACESSO CARIOCA.
Na temporada, considerando todas as competições, o Volta Redonda tem 16 vitórias, cinco empates e 11 derrotas. Com o técnico Rogério Corrêa, o Esquadrão de Aço superou o mau começo na Série C e empilha uma sequência de bons resultados, o último deles contra o Altos (PI), numa vitória por 2 a 0, no último fim de semana. Momento que Zada e seus comandados esperam que se mantenha, para que o time possa coroar a temporada com um acesso que já é perseguido há muitos anos.
Confira abaixo outros pontos da entrevista exclusiva com Zada:
Qual é análise que pode ser feita em relação ao trabalho feito pela comissão técnica desde o começo do trabalho, ainda em 2022?
— Estamos fazendo uma temporada muito sólida. É um trabalho que já vem do ano passado, com a chegada do Rogério (Corrêa, técnico). Mudamos algumas peças no clube e ele veio para liderar isso. Acreditamos no trabalho e ele vem dando resultado: o título da Série A2 depois do rebaixamento, jogamos isso junto com a Série C, mas fomos relativamente bem. Ano passado, ficamos fora para equipes com um estágio financeiro melhor que o nosso, mas mantivemos a base para esse ano.
Como foi a montagem deste elenco para a Série C do Brasileiro, levando em conta todas as dificuldades e o pouco tempo para reforçar, depois do fim do Carioca?
— A montagem é sempre complicada. Nesse nível de Série C, se você não monta um bom time, precisa refazer o elenco para ter rendimento. E, se você faz uma grande temporada, fatalmente perde atletas porque as propostas para eles são muito melhores e a gente não consegue competir. A gente mira jogadores que já disputaram a competição ou aqueles que estavam em um nível acima, mas a gente tenta cativar com um contrato mais longo. Procuramos atletas vencedores, que tenham bom perfil, mas isso é na teoria. Pode chegar, também, um jogador com todos esses requisitos mas que não se adapte à cidade. A gente luta contra todas as variáveis para errar o mínimo possível. Porque temos pouca gordura para queimar, para não dizer nenhuma. Então, o mapeamento é o mais sério possível para que tenhamos êxito.
Na Série C, um dos grandes obstáculos são as longas viagens entre uma rodada e outra. Em relação à logística, quais têm sido as maiores preocupações?
— A Série C é uma competição complicada em termos de logística. A gente sempre pensa muito nas viagens, para que o time não se desgaste tanto. A malha aérea diminuiu muito as opções de voos, eles são geralmente noturnos ou de madrugada. Então, temos que ter sempre o nutricionista perto, acompanhando a alimentação. A fisiologia vê se vale mais a pena sairmos um dia antes ou se vale pegar um voo direto para o local da partida, na véspera. Estamos sempre pesando isso e o planejamento é feito a vários mãos. Nossa comissão técnica tem mais de 20 pessoas trabalhando muito e juntas, para que a gente possa atingir nosso principal objetivo.
Como ficam os planos para o segundo semestre e como o time irá manejar a situação da Copa Rio, em agosto, meio à provável disputa da fase final da Série C?
— Nossa previsão é classificar entre os oito na Série C, não tem como pensar em algo diferente. Estamos em quarto lugar, buscando a classificação e, aí sim, vai ser outra competição: ficam dois grupos de quatro e dois de cada sobem. Pensando em um passo de cada vez, é terminar essa primeira fase entre os oito primeiros. A Copa Rio perde um pouco de sentido porque nós já temos a vaga na Copa do Brasil do ano que vem. A gente sabe da importância dela, até por termos vencido o campeonato do ano passado, mas iremos controlar e conduzir internamente da melhor forma. De repente, colocar jogadores que estão voltando de lesão, ou até da base, para esses jogos. Essa é nossa ideia inicial porque o objetivo principal é o acesso à Série B do Brasileiro.