Com o Angra dos Reis ainda suspenso da Série B2 e em vias de levar seu terceiro WO, o que rebaixaria o clube à Quintona do ano que vem, a crise no Tubarão continua. E o ‘jogo de empurra’ também. Após a informação antecipada pelo ACESSO CARIOCA, na última semana, de que o clube estudava a rescisão com a empresa que vinha gerindo o futebol, o empresário Tiago Ferreira afirmou que isto já aconteceu. Mas a atual comissão técnica afirma que não tomou conhecimento de qualquer comunicado e fala em ‘abandono’.
Em um vídeo postado nas redes sociais, Tiago Ferreira se defendeu e afirmou que decidiu deixar o Angra ainda em julho, muito antes do início da Série B2 do Carioca. Ele apresentou ainda um distrato, assinado em setembro, negando assim ter abandonado o clube em meio à Quartona (leia, mais abaixo, a íntegra do documento).
— Assinei a rescisão no dia 20 de setembro, em comum acordo com o presidente executivo e o presidente do Conselho Deliberativo. A ANF não tinha nenhum vínculo com o Angra, o contrato foi feito sobre a minha pessoa física. Na verdade, a rescisão deveria ter sido assinada em 17 de julho, quando eu vi o desgaste da instituição. Eu já estava afastado do clube desde agosto, não tive nenhuma participação na montagem do elenco. Após a chegada do Mário Júnior (técnico), me afastei completamente — diz Tiago, que ainda criticou a diretoria do clube:
— Não adianta a atual diretoria jogar a responsabilidade sobre o Mário e o Gordo (supervisor de futebol), pois a partir da rescisão, eles passam a gerir. Achei de uma canalhice muito grande o presidente afirmar que estuda rescindir, já que o clube e ANF não têm nenhum vínculo.
Diretoria e comissão técnica rebatem gestor
Mas quem ficou no Angra dos Reis conta uma história diferente. O ACESSO CARIOCA apurou que a comissão técnica se sentiu abandonada após a saída de Tiago, em agosto. Na altura, o time ainda não tinha estreado na Quartona, mas levou um WO logo na primeira rodada, por falta de jogadores inscritos. À frente dos trabalhos, ficaram o supervisor Cláudio Roberto Aguiar, o Gordo, e o empresário César Diniz.
O técnico Mário Júnior foi outro que permaneceu no Angra, mas todos alegaram que não aconteceu qualquer explicação sobre o ‘sumiço’ do gestor. Na comissão técnica, houve quem falasse em ‘irresponsabilidade’. Procurado pela reportagem, Cláudio Gordo negou saber da rescisão entre Tiago e a diretoria. Ele ainda afirmou que o agora ex-gestor acompanhou a montagem do elenco e até teria inscrito alguns jogadores, só em seguida se afastando. O supervisor revelou que o clube não teve apoio financeiro.
Por outro lado, Tiago criticou o que chamou de ‘desinformação’ após a matéria do ACESSO sobre a possibilidade da diretoria rescindir o contrato de gestão. Mas foi o próprio presidente do Conselho do Angra, Marquinhos Oliveira, que afirmou que o vínculo ainda estava ativo. Em contato através de seus assessores, no dia 3 de outubro, o dirigente afirmou que “o contrato já estava, provavelmente, sendo rescindido”.
Dessa forma, a ‘queda de braço’ segue, enquanto o Angra dos Reis vive uma contagem regressiva para o terceiro rebaixamento em pouco mais de um ano. Afastado por suspeitas de manipulação de resultados, o time pode ter sua queda decretada nesta quarta-feira (25), véspera do jogo contra o Belford Roxo, que provavelmente não irá ocorrer.
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