O que era para ser uma festa no Aryzão, no último sábado (11), virou caso de polícia. A grande confusão formada após a vitória do Duque de Caxias sobre o Goytacaz, por 1 a 0, pela semifinal da Série B1 do Carioca, teve detalhes relatados na súmula do árbitro Thiago da Silva Ludugero. No documento, ele deu detalhes sobre a tentativa de invasão de campo por parte de torcedores do Goyta, além de ameaças de jogadores e membros da comissão técnica do Alvianil.
Os problemas começaram no início do segundo tempo. Aos nove minutos, a arbitragem anulou um gol de Luquinha, alegadamente em posição legal, por impedimento. O lance gerou muitos protestos da torcida, que atirou objetos em campo e até mesmo uma manga na direção de jogadores do time visitante e dos árbitros. Mas outro lance inusitado aconteceu a seguir.
Segundo Thiago Ludugero, o goleiro Gláucio teria usado um celular à beira do campo e incitado torcedores e membros da comissão técnica afim de incitar protestos contra a arbitragem. Ele acabou expulso, mas o clima ficou pior quando o Duque fez 1 a 0 nos minutos finais, antes de um pênalti ser negado ao time da casa. Então, os jogadores alvianis invadiram o campo e cercaram o juiz, que relatou uma série de ameaças.
Ainda no documento, a arbitragem citou detalhes sobre a tentativa de invasão de torcedores ao campo de jogo. Ademais, apontou que estes torcedores chegaram a atirar bombas no vestiário e depredaram a van da FFERJ que estava em um dos portões do estádio.
Leia o trecho da súmula
“Aos 58 (cinquenta e oito minutos), expulsei com cartão vermelho direto o atleta nº 01 da equipe do Goytacaz F.C., Sr. Gláucio Benvindo de Abreu. Após ser informado pelo assistente nº1, Sr. Anderson Soares Zanetti de Moura, que o mesmo havia flagrado o atleta fazendo uso de um aparelho celular no banco de suplentes da sua equipe para motivar e incitar seus companheiros e comissão técnica a protestarem contra as decisões da equipe de arbitragem. Após ser expulso, o atleta saiu sem causar problemas e a partida prosseguiu normalmente.
Após o término da partida, jogadores do Goytacaz F.C. me cercaram para fazer reclamações e o Sr. Felipe Augusto Souza da Silva, atleta nº 09, de forma mais incisiva e com dedo em riste, me ameaçou proferindo as seguintes palavras, de forma ofensiva e abusiva: ‘Vocês roubaram a gente, vocês têm que entrar na porrada. Seu ladrão, olha aí o que vocês fizeram’. Vale ressaltar que não foi possível apresentar o cartão vermelho direto ao referido atleta, pela falta de segurança por estar cercado pelos atletas da equipe do Goytacaz e pela confusão generalizada que estava ocorrendo no estádio, necessitando da interferência do policiamento.
Após o término da partida, enquanto a equipe de arbitragem estava se sentindo ameaçada e forçada a ir em direção ao vestiário para fugir de possíveis confrontos com os torcedores que estavam tentando invadir o campo, o preparador físico da equipe do Goytacaz, Sr. Robson Barreto de Lima, veio em nossa direção proferindo as seguintes palavras: ‘Vocês são uma vergonha, seus merdas, a polícia tinha que deixar vocês entrarem na porrada, vocês precisam levar porrada’, inflamando ainda mais a torcida, que atirou pedras, copos, bombas, entre outros objetos não identificados, além de disparar fogos de artifício (12×1) em nossa direção. Vale ressaltar que não foi possível apresentar o cartão vermelho direto ao Sr. Robson Barreto de Lima naquele momento, para não inflamar ainda mais a torcida, devido à falta de segurança”.
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