A pouco mais de dois meses do começo do Carioca, o Bangu já se prepara para o início de mais uma temporada. Alexandre Gomes, de 48 anos, será o responsável por comandar a equipe, no que será sua estreia na elite do Estadual. Embora ainda não tivesse a oportunidade de treinar um clube tão tradicional, ele demonstra estar por dentro do espírito alvirrubro e mira o retorno do clube a competições nacionais em 2025.
Depois de uma campanha decepcionante no último Carioca, quando ficou apenas em décimo lugar, o Bangu tenta, ao menos, repetir os feitos de 2019. Naquela altura, o time ficou em terceiro lugar, fazendo assim seu melhor campeonato em duas décadas. Em entrevista ao podcast ‘Bons de Bola Futcast’, o novo treinador banguense falou sobre o que projeta para o ano que vem e detalhou ainda como pretende armar a equipe, que já conta com reforços como Somália e Anderson Lessa.
— Acredito muito no meu trabalho e nas pessoas que trabalham comigo. Eu não prometo sonho, mas prometo um time organizado e competitivo. A gente quer que o Bangu volte a uma competição nacional, uma Série D ou Copa do Brasil. Eu até disse, numa entrevista, que este era um lugar do qual o Bangu nunca deveria sair, tinha que ser até hors-concours, escolher um dos dois e jogar — afirma o técnico.
Veja abaixo outros pontos da entrevista de Alexandre Gomes ao ‘Bons de Bola Futcast’:
Apelo da torcida
— Sou carioca e conheço o tamanho do Bangu, mas confesso que estou muito assustado, positivamente. Pois ele é muito maior do que as pessoas imaginam, a nível de torcida, de apelo, de paixão… Fui almoçar no (restaurante) Havenna’s, ali na rua do Frango Chic, e ganhei vários abraços e incentivos. O tamanho do Bangu é assustador e, graças a Deus, a gente vê um apoio muito bacana dos moradores e dos torcedores.
Estreia na Série A do Rio
— É uma oportunidade muito boa para mim. Já tive algumas na vida, como um jogo no profissional do Vasco, um empate em 2 a 2 com o CSA. Eu até brinco que sou um dos únicos treinadores da história do Vasco que nunca perdeu. Mas isso é importante para a minha carreira. Estamos tentando criar uma ideia diferente de jogo e que vem dando certo nos clubes onde eu passei. Vamos ver agora, a expectativa e a confiança são muito grandes.
A procura do Bangu
— Quando saí da Cabofriense, o Madureira me sondou, alguns outros clubes também. Queria saber por quê o Bangu tinha decidido me contratar. E soube que a ideia deles é ter alguém com uma ideia e jogo parecida com a do Felipe. Eu tenho algumas coisas parecidas e outras diferentes com ele, mas eu fui mapeado para fazer esse trabalho. E a metodologia do Bangu é fazer o sub-15 jogar do mesmo jeito que o profissional. O que me fez fechar com o Bangu foi a chance de mostrar meu trabalho em uma primeira divisão. Fui muito bem acolhido, muita gente eu ainda não conhecia. Estou confiante para obter resultados que o clube não vem tendo, mesmo com todas as dificuldades que os clubes enfrentam a nível de orçamento.
Perfil de jogadores a contratar
— Queremos também trazer alguns jogadores com o salário um pouco mais alto, com mais nome, para dar suporte aos jovens que estão subindo. Mas tudo isso é criterioso, com vídeos, referências, com um perfil agregador e de trabalho. Não pode ser um jogador que venha e, daqui a duas semanas, quer ir embora porque o campo em que ele treinou tem um buraco. Foi um consenso nosso, com a diretoria, que jogador assim não serve para o Bangu. A gente quer jogadores que queiram vestir a camisa do clube, enfrentar adversidade, abraçar a ideia.
Aproveitamento de jovens
— Estamos seguindo uma linha de aproveitar jogadores da base, que fazem parte do processo do clube. É uma coisa que eu gosto, aproveitar os jovens. Acho que temos que inseri-los no processo e esse primeiro ano de profissional é muito fundamental. A gente vai ter alguns times emprestados de times grandes, que serão oferecidos e a gente vai escolher. Hoje em dia, trazer jogador de grande é mais complicado porque o clube tem que querer, o empresário e o jogador têm que aceitar. Mas também devemos ter uma linha de jogadores da Série A2, algo que o Bangu tradicionalmente faz. Estou trazendo alguns atletas com os quais trabalhei, minutados, com experiência e para facilitar o entendimento dos outros a respeito da minha maneira de jogar.
Jogos em Moça Bonita
— É fundamental que os jogadores estejam cientes de onde eles estão. Que é um time grande, com uma torcida grande, com uma história muito bonita. O Bangu é pioneiro ao colocar jogadores negros, é bicampeão carioca, campeão mundial, é um pioneiro em várias situações. Então, precisamos fazer os jogadores entenderem aonde estão. O jogador que vai para o Bangu tem que querer, se não quiser, não serve. Eu tenho um peixe para vender: quem quiser seu meu sócio, vem comigo. Mas eu vou dar a vida pelo clube e fazer o melhor pelo Bangu.
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