Novo técnico do Boavista, o português Filipe Cândido terá sua primeira oportunidade no futebol carioca e brasileiro. Assim, terá também a chance de estrear no mítico Maracanã, quando sua equipe enfrenta o Flamengo. Embora a partida aconteça apenas na nona rodada, já na reta final da Taça Guanabara, este promete ser um momento especial e emocionante. Mas o lusitano também destaca a expectativa que tem para o Campeonato Carioca como um todo.
O Boavista já estreia no campeonato diante do Vasco da Gama e ainda terá o Botafogo como um adversário de peso, na terceira rodada. Seja como for, Filipe Cândido destaca que está preparado para o desafio de atuar nos grandes estádios. Ainda assim, também adota um discurso humilde e garante que todos os jogos, mesmo contra as equipes de menor investimento, serão igualmente importantes.
— O Maracanã é um templo do futebol mundial. Nós, europeus, quando pensamos nele, temos algumas expectativas de pisar num palco como esse. Como jogador, estive em grandes estádios na Europa, o que deu alguma experiência para esse momento. Vou ter uma ansiedade positiva, mas o importante é organizar o time para fazer frente a equipes como o Flamengo, que é uma das melhores do mundo e que tem um peso enorme. A ansiedade é normal, vai ser especial, mas teremos que tê-la também diante de um Madureira, de um Bangu. É preciso ter humildade em todos os momentos — afirmou, à Rádio FERJ.
Leia outros trechos da entrevista de Filipe Cândido:
O desafio no Boavista
— O que me fez aceitar o desafio, naturalmente, é que o Brasil é o país do futebol. A raiz do futebol mundial está num Campeonato Carioca, num Campeonato Paulista. Nós entendemos um pouco, quem acompanha o Abel, o Caixinha, o Jesus, porque o brasileiro ama tanto os campeonatos. Isso foi um pouco do que me trouxe aqui, onde grandes jogadores já atuaram. Penso que é um campeonato que o povo brasileiro ama e que devemos respeitar isso. Naturalmente, as condições que me ofereceram foram boas, mas não tive receio dos grandes desafios que teremos pela frente. Então, aceitei. Quero desenvolver um bom trabalho aqui e atender aos desafios do clube.
Pré-temporada
— Os primeiros dias corresponderam às minhas expectativas, ou seja, não precisou de muito tempo de adaptação. Nem ao clima, nem às pessoas, nem aos jogadores. Em todos estes anos, nos times que treinei em Portugal, sempre tive jogadores brasileiros, então não é novidade para mim. Sei que treinamos jogadores, mas não podemos esquecer que eles são pessoas e não robôs. E é importante estar preparado e adaptado à cultura deles. Temos uma ideia para o que desejamos e para o que o Boavista pode fazer nesse campeonato. Estamos desenvolvendo um trabalho que acreditamos ser o melhor para colocar a equipe a jogar futebol de qualidade. Para que a gente dispute sempre, para que valorize o jogo, os jogadores e o clube.
Adversários no Estadual
— Neste momento, estamos muito focados no que podemos controlar. Isto é, no trabalho da nossa equipe, em desenvolver as ideias que queremos que o time adquira num curto espaço de tempo. Pois a preparação é curta e o campeonato também, são 11 rodadas e não há margem para erro. Então, temos que estar muito fortes contra todos os adversários. O Vasco é a primeira equipe, mas sinceramente estamos preocupados e empenhados, primeiro, em desenvolver nossas ideias de organização e competição. E com que todos os jogadores sintam que são parte de uma equipe, que nossa torcida goste de nos ver jogar.
Conhecendo o Campeonato Carioca
— Tenho uma carreira como jogador e já são dez anos como treinador. Portanto, nesta ligação de dois países próximos, que têm uma irmandade, naturalmente fui sempre acompanhando o futebol brasileiro. Aqui no Rio e em São Paulo, estão algumas das grandes equipes. Até por curiosidade, já tive colegas que passaram por clubes como Madureira, Bangu, que aprendi a respeitar. Antes de aceitar o desafio aqui no Boavista, procurei conhecer mais profundamente a realidade do futebol carioca nas temporadas anteriores. Saber aonde vamos jogar, conhecer o próprio modelo competitivo do campeonato. Acho que fiz o possível nesse trabalho de casa, mas não vou perder a chance de dividir vivências com os jogadores.
Expectativas para o Estadual
— Procuro conhecer todos os detalhes para que a gente se apresente da melhor forma. Mas acredito muito no nosso trabalho. Mais importante do que as informações que podemos ter é o trabalho que faremos em campo, as competências que os jogadores mostrarão. Se for assim, ficaremos mais perto de chegar aos nossos objetivos. Temos muita ambição e muita coragem para disputar um campeonato que sabemos que é equilibrado. Sabemos que existe uma diferença em relação às quatro maiores equipes, mas o restante tem muito equilíbrio. Assim, conhecendo isso, estaremos mais preparados.
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