Neste sábado (17), o Fluminense recebe o Madureira no Maracanã, para um confronto que poderá ser decisivo para os suburbanos. A equipe pode ter sua última chance de continuar sonhando com uma vaga na semifinal, mas o confronto terá um gosto ainda mais especial. Afinal, a história do encontro dos dois tricolores é cercada de folclore, momentos marcantes e polêmicas. Uma trajetória que remonta a mais de 80 anos atrás.
O primeiro Madureira x Fluminense de todos os tempos foi em 1937. Na altura, pelo Campeonato Carioca, o time de Laranjeiras ganhou por 5 a 2, no antigo campo da Rua Domingos Lopes, que já não existe mais. Mas houve momentos bem mais gloriosos para a equipe da Zona Norte, como em 1941. Na altura, o Madura contava com Lelé, Jair e Isaías, os ‘Três Patetas’, em seu ataque. E venceu pela primeira vez o tradicional adversário, por 4 a 2, com direito a gol de letra de Isaías.
Obviamente, o retrospecto do confronto favorece o gigante Fluminense. Afinal, em 148 jogos entre as equipes, o Madureira só ganhou 15. Mas houve seus momentos de glória para a equipe suburbana, como os dois únicos triunfos no Maracanã, palco do jogo deste fim de semana. No Maior do Mundo, o Flu foi surpreendido nos anos de 1952 e 1974. O último triunfo madureirense foi em 2014, em Moça Bonita.
Elias Duba relembra derrota em 2015
Mas um episódio marcou para sempre o confronto. Em 2015, Madureira e Fluminense chegaram à última rodada do Carioca lutando por uma vaga na semifinal e se enfrentariam, em Volta Redonda. O Madura estava dois pontos à frente, mas não podia perder. Com o 1 a 1 até os minutos finais, os suburbanos se classificavam, mas um gol contra de Moisés deu o triunfo ao Flu, que acabou seguindo em frente.
Mas, depois do jogo, a confusão foi enorme. Se sentindo prejudicado pela arbitragem, o Madureira reclamou muito da arbitragem de Péricles Bassols. O presidente Elias Duba chegou a dar um pontapé na porta do vestiário da arbitragem e uma troca de farpas entre Mário Bittencourt (na época vice de futebol do Flu) e Toninho Andrade, então técnico do Madura, balançou as redes sociais.
— O Madureira foi esculhambado. O (Thiago) Galhardo teve a camisa puxada dentro da área. No lance do gol, Wellington Silva pegou uma bola totalmente impedido. Só que, pela primeira vez, a TV Globo fez uma linha de impedimento em diagonal. Depois, a torcida do Fluminense nos agrediu no camarote. Aí, chutei o balde. O Péricles foi o pior árbitro que vi na vida. Fui tirar satisfações com ele depois do jogo, ele disse que não tinha nada para falar e bateu a porta na minha cara. Dei um bico na porta e chamei ele para fora. Mas foi melhor: Deus não quis que ele saísse — disse Duba, ao podcast ‘Felippe Cardoso Sem Freio’, afirmando ainda que tentou represálias contra Péricles e que os erros de arbitragem foram ‘encomendados’:
— Mandei a Receita bater no consultório (de odontologia) dele, para encontrar alguma coisa fora de lugar. Eu ia acabar com ele. Na época, eu tinha um prestigiozinho na Prefeitura. Mas é porque ele foi moleque. Depois, fui saber que aquela arbitragem dele era uma represália contra a Federação. Os árbitros tinham um patrocínio e achavam que a Federação não tinha repassado o dinheiro. Como sou queridinho do presidente, o Péricles puniu o Madureira e a gente pagou o pato.
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