A pacata cidade de Queimados pode não servir grandes manchetes nas notícias do dia, mas tem seus ídolos e figuras importantes. E poucas delas são tão queridas e relevantes no município da Baixada Fluminense quanto Celso Ferrão da Silva, o Celsinho. Nesta quarta-feira (21), o maior artilheiro da história do Queimados Futebol Clube comemora 40 anos, uma data marcante para um jogador que colocou seu nome e o de sua terra na história do futebol carioca.
A trajetória de Celsinho no futebol profissional pode não ser das mais longas, mas é fundamental na história do Queimados. Vizinho de muro do Estádio Júlio Kengen, que frequentava desde criança, o atacante ganhou sua primeira oportunidade em 2011, ano em que o clube retornava ao profissionalismo, depois de 14 anos inativo. Após alguns treinos, ele logo ganhou um lugar na equipe.
Logo em sua primeira temporada, impressionou positivamente, terminando a terceira divisão do Carioca com 12 gols marcados. Se o Queimados não conseguiu o acesso, ao menos Celsinho conseguiu figurar entre os artilheiros. Mas o ano que mudou sua carreira foi mesmo o seguinte: 2012. No dia 8 de março, ele marcou todos os gols de sua equipe na goleada sobre o Arturzinho, por 8 a 2. Uma marca histórica e incrível, que fez seu nome e o de seu clube ganharem as manchetes ao redor do Brasil.
Aliás, Celsinho também se tornou dono de uma marca inédita no Século XXI e que permanece intacta: é o jogador com mais gols em uma mesma partida oficial. Na história do futebol carioca, ele é superado apenas por Gilbert Hime, do Botafogo, que marcou nove vezes na goleada de 24 a 0 do Glorioso sobre o Mangueira, em 1909, até hoje a maior do futebol brasileiro.
Acessos e glórias
Se já tinha brilhado o bastante com a camisa queimadense, Celsinho ainda precisava de um feito importante coletivamente. E ele veio em 2013, quando o Queimados enfim subiu para a Segundona. Sua importância e efetividade pelo clube alvinegro chamaram a atenção de outras equipes, mas ele permaneceu firme para a temporada seguinte, na qual estreou na segunda divisão. Ainda jogaria mais um ano na Segundona, mas com a camisa do Barcelona, já em 2015.
Curiosamente, esta seria a sua temporada menos efetiva, mas que também lhe rendeu uma subida de divisão. No segundo semestre, transferiu-se para o Santa Cruz/Belford Roxo e, mesmo sem fazer gols, também conseguiu um acesso à Segundona. Retornou ao Queimados em 2016, mas pouco jogou. Ainda assim, teve números considerados positivos, com três tentos em seis partidas.
Celsinho ficou dois anos longe dos gramados e ainda ensaiou um retorno ao Queimados em 2019, já na Terceirona. Na altura, não fez feio: marcou dois gols em sete jogos, mesmo no alto de seus 35 anos de idade. Mas os compromissos profissionais já eram demais para o matador, que decidiu pendurar as chuteiras. Ainda assim, as peladas e campeonatos locais continuam sendo uma constante para ele até os dias atuais.
Vascaíno de coração e fã de Edmundo, Celsinho hoje se dedica a cuidar da filha pequena, mas nunca deixa de estar presente em jogos de futebol beneficentes na cidade. Um ícone de Queimados, que colocou o nome de sua terra no alto, dentro e fora dos gramados.
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