Em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão. A velha e famosa frase se aplica perfeitamente à atual realidade da Série C do Campeonato Carioca. Na última semana, um grupo formado por 17 clubes se aglutinou para reivindicar mudanças na relação com as casas de apostas, julgando merecer receber uma compensação financeira pelo uso de seus nomes e marcas. Mas a diferença de ideias e pensamentos, assim como uma série de erros de comunicação, gerou um aparente mal-estar entre os membros. Além disso houve a alegação, por parte de alguns deles, de que o ACESSO CARIOCA teria divulgado informações inverídicas, ao abordar o assunto nesta quinta-feira (7).
Primeiramente, é importante ressaltar que qualquer medida que beneficie os clubes pequenos, especialmente os da última divisão estadual, é louvável. Mas, a partir de um determinado momento, é preciso escolher para qual lado ir. Muitos reclamam da falta de apoio e consideração por parte da Federação. Outros preferem não melindrar os dirigentes, por medo de represálias ou simplesmente de criar um clima ruim sem necessidade.
O certo é que, agradando a qualquer um destes dois senhores, a Quintona segue com sua reputação manchada. Ainda que apenas alguns membros ligados a clubes sejam comprovadamente envolvidos em esquemas de manipulação, a credibilidade do campeonato já sofreu arranhões importantes, o que a justa a reivindicação do grupo manifestante tenta reparar.
Por outro lado, as diferentes opiniões entre um grupo tão heterogêneo causaram desconforto quando expressadas publicamente. Existe quem ache que acionar a Justiça seja uma decisão enérgica demais. Outros tantos julgam que é importante chamar a atenção da Federação para um problema crônico de falta de dinheiro e oportunidades. Não há certo ou errado. Mas, em meio a este cenário caótico, ninguém assume a culpa, que acaba se voltando justamente para os poucos que tentam ajudar.
Assim, lembramos que nosso trabalho jornalístico não é recreativo, nem tampouco descompromissado. O profissionalismo sempre pautou o ACESSO CARIOCA, desde sua fundação. E assim permanecerá. O que não se admite, sob qualquer hipótese, é culpar um serviço midiático pela falta de comunicação entre pessoas que buscam um bem comum. O profissionalismo que exigimos dos dirigentes de futebol é o mesmo que adotamos em nosso trabalho. O que publicamos será mantido, por uma questão de palavra e compromisso com a informação.
Apesar de respeitar a opinião de todos, em um país democrático – ao contrário do que alguns gostariam – é importante ressaltar que não realizamos um trabalho ‘enviesado’ ou ‘desinformado’. A mídia e o jornalismo servem para expor opiniões, levantar debates, trazer informação e construir um cotidiano mais cidadão para todos. O mesmo vale para o esporte, especialmente por cobrirmos uma realidade de 60 clubes profissionais de futebol, que, em sua maioria, mal conseguem pagar salários para seus jogadores, devido a uma realidade cruel de um futebol feito cada vez mais apenas para quem tem dinheiro.
Embora tenhamos lado e sejamos capazes de conviver com opiniões diferentes, não admitimos ilações maldosas feitas com o nome do ACESSO CARIOCA, nem de qualquer outro órgão de imprensa que acompanha os clubes pequenos do Rio de Janeiro. É preciso existir harmonia entre todos os atores envolvidos no combalido cenário das divisões inferiores: clubes, atletas, público, mídia e Federação. Não acreditamos que haja inimigos neste ecossistema, já que todos dependem uns dos outros. Mas, ainda que existissem, certamente não estariam do lado da imprensa. Sobretudo daquela que dá espaço ao que, infelizmente, 99% do público ignora.
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