Aos 58 anos, o gaúcho Paulo José da Silva Olivério ainda não está totalmente realizado na carreira. Palinha, o novo técnico do Americano, já conquistou feitos importantes no futebol carioca, mas ainda não conseguiu conduzir um clube à primeira divisão. Em 2024, o treinador espera quebrar o tabu com o clube campista, depois de passar muito perto deste objetivo com o Olaria, em dois anos consecutivos.
Mas, se o vice-campeonato pelo clube da Rua Bariri foi uma frustração, os números do treinador na Série A2 do Carioca são animadores. Em quatro participações, por Duque de Caxias, Rio São Paulo e Olaria, foram 51 jogos, com 20 vitórias, 17 empates e 14 derrotas. Já no caso do Americano, as últimas edições da Segundona terminaram de maneira frustrante, com o acesso acabando por escapar. Mesmo assim, na visão de Palinha, o encontro entre ambos pode ser uma possível alegria para ambos os lados. De fato, o técnico diz que subir para a Série A é uma missão que ele abraça com orgulho.
— A oferta do Americano surgiu de repente e, para mim, também foi uma surpresa. Eu tinha ofertas de fora do Rio, mas acho que eu ainda tenho uma missão aqui. Cheguei duas vezes à decisão do acesso e não consegui, então quem sabe Deus não está me dando uma terceira chance, no Americano? É um clube com uma história enorme e, para mim, ter essa oportunidade é um orgulho. A estrutura daqui faz inveja até a clubes de outras divisões. Foi Deus que me colocou, nesse momento, para que eu cumprisse essa missão. E ela é subir com o Americano. Agradeço à diretoria e às pessoas que estão apostando no trabalho. Estou, como sempre, muito motivado para, com muita luta, chegar à primeira divisão. É importante até para mim, como treinador — diz Palinha, com exclusividade ao ACESSO CARIOCA.
Leia abaixo a entrevista exclusiva completa com Palinha, técnico do Americano:
Chegada ao clube
— Os jogadores já estavam fazendo uma pré-temporada de suporte físico, mas não entraram tanto nos trabalhos com bola. Então, pego a pré-temporada completa, praticamente. Já chegaram alguns jogadores, eu também pedi outros. Mas, agora, vou poder colocar a minha cara e o jeito como gosto de jogar. A busca é por jogadores que se adequem ao modelo de jogo e tenham passado, ao menos, pela Série A2.
Os desafios de um campeonato complicado
— É ter tranquilidade. A diretoria me deu liberdade total e me pediu apenas para trabalhar, sem se preocupar com mais nada. E isso é muito importante, fica mais fácil construir uma equipe competitiva e que vai buscar os objetivos do clube. O investimento é alto na parte física e estrutural, o que é ótimo para quem gosta de trabalhar e de organização.
A experiência na Segundona
— Essa experiência de conhecer o campeonato é muito importante. Nos dá uma vantagem porque a gente ‘conhece a aldeia’, como falamos no futebol. A gente já conhece os atalhos, consegue desenhar os jogos, ver os adversários. E, a cada ano que passa, a mudança em termos de jogadores, ganha outros horizontes. Por exemplo; antigamente, se jogava com jogadores mais cascudos. Mas hoje, até pela questão de investimento, tem um equilíbrio e uma mistura maior com jovens jogadores. E isso faz o jogo ficar completamente diferente.
A montagem do elenco
— Vão chegando muitos jogadores de fora do estado, o que abre novos caminhos na parte técnica e tática. Vai nos dando cada vez mais desafios, pois são jogadores que nós iremos conhecendo ao longo do campeonato. Então, o importante é ficar atento com a busca por informações e fazer um campeonato consistente. E acredito que as equipes estão mudando, assim como os próprios treinadores. Todos estão ficando cada vez mais fortes.
O que esperar para a Segundona
— Espero um campeonato muito difícil, um dos mais disputados dos últimos anos. Vai ser até a última batida para ver quem classifica. Porque muitos times entram favoritos, mas o desenrolar do campeonato e o encaixe dos times vai desenhando tudo. Aqui, temos uma estrutura fantástica, um time novo e jogadores que podem estar até estreando no Carioca. Mas é uma nova filosofia e espero que dê tudo certo. A Série A2 é muito difícil porque, incrivelmente, só sobe um time. Então, nosso trabalho precisa ser de excelência.
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Pode até subir. Mas não com palhinha quase quase