A torcida organizada ‘Anarcomunamerica’ alegando ter sido impedida de ingressar nas arquibancadas do Estado Giulite Coutinho, antes do jogo do último sábado (6), contra o Maricá. De orientação comunista, o grupo de torcedores diz ser vítima de perseguição por parte do próprio clube, devido ao seu posicionamento ideológico.
Os episódios de conflito começaram em junho, no jogo contra o Artsul. Na altura, os torcedores afirmaram ter tido faixas e bandeiras arrancadas e rasgadas por membros da Inferno Rubro, outra torcida organizada do clube. Esta organizada andou afastada dos estádios nos últimos anos, mas voltou a ganhar espaço após a eleição de Romário como presidente. Além disso, os organizados também afirmaram que sofreram o furto de um celular que filmava a briga.
De acordo com o advogado André de Paula, fundador da torcida, o fato de alguns itens da torcida terem sido avariados impediu que eles estivessem nas arquibancadas do Giulite Coutinho no jogo do último sábado (6), contra o Maricá. A torcida chegou a entrar com uma ação judicial para ter o direito de expressar-se livremente nas arquibancadas em jogos do America.
Chefe da torcida culpa Romário
Presente aos jogos do America ao longo dos últimos anos, a ‘Anarcomunamerica’ alega sofrer preconceito e perseguição há algum tempo. Mas esta é a primeira vez em que deixa de ir a uma partida do clube. André de Paula afirma que ouviu dos membros da Inferno Rubro que teria partido da própria diretoria a ordem de que não houvesse manifestações políticas nas arquibancadas.
— Antes, éramos agredidos pelo seguranças do clube, mas agora esta truculência é terceirizada. A Inferno Rubro falou: “o Romário não quer nenhuma manifestação política dentro do estádio”. Quando, na verdade, toda manifestação é política. E o Romário, como senador, sugeriu um projeto de lei que garante aos jogadores o direito de se expressar politicamente. Quer dizer: no senado, ele toma uma posição correta mas, no America, ele quer reprimir nossa torcida através de terceiros. Isto é intolerável e nós iremos tomar as providências através do diálogo — diz André, que prossegue:
— Isto não pode manchar a história do nosso clube, que foi fundado por anarquistas, no bairro proletário da Gamboa. A Inferno Rubro estava em maior número e tinha membros mais jovens do que os nossos. Aliás, nós lamentamos que eles não possam estar no estádio do Olaria, do Duque de Caxias, por causa de brigas. Isto não combina com o futebol.
Procurados pela reportagem, a diretoria do America e a Inferno Rubro não foram encontrados para comentar o caso. O espaço está aberto.
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A Anarcomunamerica também foi impedida de entrar em Moça Bonita, no jogo contra o Duque de Caxias.