Acesso triplo na Série A2 pode ‘melar’: Fla, Flu e Globo são contra

A proposta de aumento de 12 para 14 clubes no Campeonato Carioca do ano que vem, através do acesso de três equipes da Segundona, será apresentada nesta quinta-feira (3) à Federação, no Arbitral que define a tabela e o regulamento da Série A2 do Estadual. A existência da proposta foi antecipada em absoluta primeira mão pelo ACESSO CARIOCA e foi elaborada no começo deste ano. Mas a chance de um veto por parte da FERJ é grande, já que importantes atores do futebol carioca são contrários à medida.

Embora conte com a anuência dos clubes da Segundona e da maior parte das equipes da primeira divisão, o Flamengo e o Fluminense não veem com bons olhos o aumento no número de participantes do Estadual. Além disso, a TV Globo, uma das detentores dos direitos de transmissão, também não considera positivo que subam três times da primeira divisão e deseja a manutenção do atual formato.

Fontes ligadas à alta cúpula da Federação consideram que a chance de mudança no número de clubes promovidos é zero. A alegação seria de que o atual regulamento precisa ter dois anos consecutivos sem mudanças. Entretanto, o ACESSO CARIOCA apurou que uma alteração poderia, sim, acontecer, desde que aceita por unanimidade por todos os clubes. Isto, no entanto, não parece ser o caso visando a Série A de 2026.

Assim, o formato da Segundona, que começa em maio, seria mantido em relação aos últimos anos. Nele, apenas o campeão sobe, em uma disputa semelhante à primeira divisão, com 12 clubes enfrentando-se em turno único e os quatro melhores disputando semifinais, em um mata-mata a partir de então. A competição está programada para começar em 10 de maio.

Como funcionaria o formato proposto?

A ideia de aumentar de um para três o número de times que sobem da segunda para a primeira divisão ganhou força após o rebaixamento do Bangu. O clube da Zona Oeste é presidido por Jorge Varela, primo do presidente da FERJ, Rubens Lopes, que aliás é sócio benemérito do Alvirrubro. Nos bastidores, a movimentação ganhou força, já que outros clubes da Segundona também se interessaram pela medida.

Neste formato, o regulamento não teria grandes alterações em relação à fórmula de disputa. Os dois finalistas estariam garantidos na elite para 2026, com uma decisão de terceiro lugar, envolvendo os semifinalistas eliminados, dando a última vaga por preencher na primeira divisão. Assim, obrigatoriamente, a Série A de 2026 passaria a ter 14 clubes, o que também implicaria numa alteração no formato do campeonato.

A proposição seria fazer dois grupos de sete equipes, mas com todos os clubes enfrentando-se dentro e fora de suas respectivas chaves. A classificação respeitaria a ordem de cada grupo, algo parecido com o que acontece no Campeonato Paulista. Nesta formação, seriam quatro os classificados de cada chave para o mata-mata, que teria confrontos únicos nas quartas de final, semifinais e final.

A proposta leva em consideração que um Estadual neste formato teria 16 datas, apenas uma a mais do que no regulamento atual. Mesmo com a articulação nos bastidores, as chances de aceite por parte da Federação são reduzidas, devido à pressão da dupla Fla-Flu e a avaliação feita pela Globo de que isto poderia desvalorizar o produto, cujo regulamento ela considera bem estabelecido ao longo dos últimos anos. O Arbitral desta quinta-feira começa às 15h, na sede da FERJ, no Maracanã, Zona Norte do Rio.